Roterdã ganha parque
reciclado com resíduos de plástico retirados do mar
EFE Imane
Rachidi, Roterdã (Holanda)
9 jul
2018
EFE/Imane
Rachidi
A cidade
de Roterdã, na Holanda, abre o primeiro parque reciclado da Europa, uma
plataforma flutuante elaborada de plásticos coletados da água, projetada pelo
arquiteto holandês Ramon Knoester, que confessou à Agência Efe sua obsessão
pela sustentabilidade ambiental.
"Isto
me ocorreu há muitos anos, motivado pela preocupação com a quantidade de quilos
de plásticos flutuantes no mar e nos rios. O que estamos deixando para as
gerações futuras? Isso é uma grande contaminação da terra", disse o
engenheiro estrutural da empresa Whim Architects.
Knoester,
que pediu publicamente perdão à sua filha pelo "desastroso meio ambiente
que a futura geração receberá", explicou que "os plásticos presentes
nos oceanos não surgem do nada, mas são emitidos pelas cidades", como é o
caso de Roterdã e seu grande porto comercial, "que desempenha um papel
importante" na situação.
"Muitos
desistiram e pensaram que os plásticos que estão no mar já não podem ser
recolhidos ou utilizados. Somos os primeiros na Europa a encontrar uma forma de
classificar o plástico que acaba na água", comemorou Knoester, neste novo
parque localizado no porto de Rijnhaven, em Roterdã.
A
urgência para fazer "alguma coisa" que ajude a conter a poluição
plástica foi o que levou a colocar sua ideia no papel, a começar a buscar financiamento
e pedir as autorizações necessárias ao município: "Assim surgiu este
Parque Reciclado", lembrou o arquiteto, apontando para o imenso teto
circular e transparente.
O projeto
destina-se a melhorar de forma sustentável a vida dos moradores locais, mas
também o habitat dos peixes e de outras criaturas aquáticas.
A
construção, de 140 metros quadrados, fica muito próxima ao porto, pois era
necessário um espaço verde nas áreas urbanas e industriais, além das pequenas
cidades, onde os moradores ainda cuidam do local.
Este
parque, que inclui áreas verdes flutuantes, ganha destaque graças a um prédio
feito de plástico recolhido do mar e tem forma de montanha com três grandes
bolas.
Os
resíduos coletados também são classificados, reciclados e recebem uma nova
função, como a construção de casas verdes ou parques flutuantes.
"Após
a classificação, a reciclagem consiste em fazer placas de plástico desses
resíduos, que então são usados como uma espécie de blocos de construção. Isso é
a base do parque flutuante, leve o suficiente para flutuar e forte o suficiente
para suportar massa", detalhou o profissional.
A massa a
qual Knoester se refere são os visitantes do parque, que poderão tomar um café
ou vinho nos bancos instalados ao lado das áreas verdes, assistir a um show ou
até mesmo ser fotografados com os prédios arquitetônicos que caracterizam a
parte inferior desta cidade portuária.
Uma vez
inaugurado seu primeiro projeto, a ideia deste arquiteto é repetir o parque em
outras cidades, como na capital holandesa, Amsterdã, onde sua empresa está
perto de fechar um acordo com o município para a instalação de um parque
reciclado.
Seu
objetivo não de limita apenas às fronteiras da Holanda, uma vez que tem planos
confirmados para Charleroi (Bruxelas) e Jacarta (Indonésia), uma das cidades
mais afetadas pela invasão dos resíduos plásticos nas águas.
"Quando
são informados de que em Roterdã, cerca de 400 mil quilos de plásticos são
coletados por ano, (na Indonésia) eles riem pois isso é o que eles veem em uma
semana", comentou o arquiteto sobre sua iniciativa.
Em
Roterdã, o projeto contou com o apoio da Fundação Recycled Island, Fundação
Ambiental Audi e Arquitetos WHIM, entre outros.
Fonte: EFE
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