Universidade de Tóquio
aceitará estudantes transgêneros a partir de 2020
EFE
Tóquio
5 jul
2018
EFE/EPA/CHRISTOPHER
JUE
Uma
universidade de Tóquio aceitará estudantes transgêneros pela primeira vez no
Japão, a partir do ano letivo de 2020-2021, confirmou nesta quinta-feira à
Agência Efe, uma porta-voz do centro, uma decisão pioneira em um país que não
reconhece legalmente qualquer direito à comunidade LGBT.
A
Universidade Ochanomizu é a primeira instituição de ensino do Japão que
permitirá o registro de pessoas com identidade sexual diferente do seu
nascimento, de acordo com uma porta-voz do Ministério da Educação do país.
Fundada
em 1875, Ochanomizu também foi a primeira instituição de ensino superior para
mulheres no Japão.
Os
centros educativos femininos do país asiático só permitem que os candidatos se
inscrevam como mulheres no sistema de registro familiar, embora algumas, como a
Universidade de Tsuda e a Universidade para Mulheres do Japão, ambas em Tóquio,
estão considerando modificar suas regras, segundo veículos de imprensa locais.
As
universidades japonesas gostariam de seguir os passos dos centros americanos
femininos como o Mills College, em Oakland, (Califórnia), que em 2014 se
transformou no primeiro a aceitar estudantes transgêneros nos Estados Unidos.
Embora a
legislação japonesa não conceda qualquer reconhecimento à comunidade LGBTI
(lésbica, gay, bissexual, transexual e intersexual), iniciativas de
instituições educativas ou administrações locais começaram a mudar esta
tendência.
Vários
colégios do ensino médio introduziram uniformes unissex ou códigos de
vestimenta mais flexível para apoiar esses alunos.
Já algumas
localidades, com o distrito de Shibuya, em Tóquio, começaram em 2015 a expedir
certificados de união civil para casais do mesmo sexo (o que lhes confere
alguns direitos comparáveis aos de casamentos heterossexuais), dado que a
legislação nacional não contempla essas uniões.
Um
pesquisa nacional realizada para medir pela primeira vez o grau de aceitação
destas relações revelou que 53,2% dos japoneses não apoiariam um amigo se
descobrissem que ele é gay (50,4% se fossem mulheres lésbicas), e que mais de
70% dos homens de 40 anos não aprovariam que um colega de trabalho fosse
homossexual.
De acordo
com várias pesquisas, estima-se que a comunidade LGBTI no Japão representa
entre 5% e 8% da população.
Fonte: BBC
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