Uma startup do Texas diz que pode entregar, apesar de ainda haver obstáculos técnicos e de regulamentação
A Cielo Property Group, desenvolvedora com sede em Austin, pretende usar a impressora Vulcan II, da Icon, para produzir habitações econômicas na cidade até o fim do ano. Há cerca de um ano, a Icon construiu lá uma casa de 32,5 m² e a tecnologia foi aprovada pela prefeitura local. Isso poderia facilitar o caminho para os projetos da Cielo.
Ainda assim, os construtores devem enfrentar ceticismo sobre a aparência das novas residências. Suas camadas são colocadas uma de cada vez — para os mais críticos, as paredes ficam parecidas com as dobras de um cão da raça sharpei.
A tecnologia enfrenta outros obstáculos práticos. Aumentar a produção e o envio de máquinas caras e pesadas é positivo, mas é primordial que as unidades sejam resistentes a ventos, chuvas, mudanças de temperatura e outras variações externas e internas. "Você não está em um ambiente estéril de laboratório", lembra Scott Norman, diretor-executivo da Associação de Construtores do Texas. "Somos, por natureza, uma indústria conservadora", afirma.
A impressora 3D da Icon é controlada por um tablet e requer poucas pessoas para operá-la e supervisioná-la. A máquina, que pesa 3.800 libras, espreme concreto como se confeitasse um bolo. Ela substitui os trabalhadores que montam a casa e instalam chapas de rocha, isolamento e acabamentos exteriores, bem como produz menos resíduos do que um canteiro de obras tradicional.
Várias empresas em todo o mundo ampliam esforços para construir casas e outras estruturas, como quartos de hospitais e celas, com impressão 3D. É o caso da Mighty Buildings, com sede em Bay Area. Ela arrecadou US$ 10 milhões para imprimir casas — mas ainda não divulgou o desfecho do projeto.
Escassez de trabalhadores
Essas residências não são muito populares e, às vezes, causam estranhamento. "Algumas das [casas] que vi seriam magníficas no Museu de Arte Moderna (MoMA), mas eu não me imaginaria vivendo nelas", diz Margaret Whelan, fundadora e diretora-executiva da Whelan Advisory, que assessora a indústria de construção civil.
Para Ballard, o maior desafio técnico enfrentado pela Icon é ter concreto para misturar e bombear automaticamente nas máquinas — os trabalhadores têm de misturá-lo manualmente e carregá-lo com baldes. "Já explodimos muitas bombas", diz ele. "A ponto de ir concreto líquido em todas as superfícies e todos os humanos no ambiente."
Fonte: OlharDigital
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